Não sei bem ao certo, mas a julgar pelas nuvens acho que vai chover. Eu fico sentada na janela por horas imaginando como seria se não tivessem arrancado meu coração brutalmente, só tenho certeza de uma coisa, tenho certeza de que seria alguém muito mais amável do que a pessoa que me tornei. Eu vejo casais na rua e não acredito em nada do que eles fazem. Eu vejo romances e acho que são comédias. O amor pra mim não é mais um filme de ficção científica, agora é uma maldita comédia que me persegue e me faz rir com olhos irônicos. Não paro com essa mania de rir do que me amedronta porque na verdade o que eu devo estar sentindo é medo de amar e ser esmagada de novo e de novo e de novo(...) O bom de isso tudo é que agora controlo o amor, a paixão, o ódio e até mesmo a indiferença, só o que ainda não consigo controlar é essa minha mania de achar que posso controlar tudo a minha volta uma vez que nada está no meu controle e essa mania de mentir pra mim mesma.
Não, não existe mesmo o homem perfeito a julgar pelo que já vi e vivi, essa história de príncipe é pura ilusão. Mas existe sim um cara vai olhar nos meus olhos e dizer o que sente, existe o cara que vai pela primeira vez adivinhar que o que eu quero não é namorar sério nem ganhar um anel de prata pra afirmar relacionamento e sim boas tardes juntos, boas noites, bons momentos regidos por abraços, beijos e um pouco de sacanagem. Talvez seja cedo pra eu pensar em encontrar alguém assim mas eu já sinto falta dessa pessoa como nunca senti de um alguém em toda minha vida. O frio atravessa a porta da varanda, eu saio e me deparo com a neve, ela nunca esteve tão quente ou eu nunca estive tão fria?
(texto em dia frio, naqueles que não há sentimento em mim apenas o de que tudo acabe logo.)


